domingo, 17 de junho de 2012

Ernesto Cardenal





“No tengo otro” le he dicho
y repetido muchas veces.
Y oí que decía dentro de mí
no con palabras confusamente
pero precisas, decía dentro de mí
o desde el fondo del universo:
“Y yo no tengo otro más que tu.”


domingo, 3 de junho de 2012

Liberdade - Rubem Alves

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Somente os pássaros engaiolados são dignos de confiança. Pássaros engaiolados não fogem. Mas, ao se engaiolar o pássaro, perde-se a beleza do seu vôo, que era o que se amava.
Pássaros engaiolados transformam-se em patos gordos. 
Patos gordos são dignos de confiança: nem podem nem querem voar. 
Os espaços vazios não os fascinam. Nunca olham para cima, só para baixo. 
Nem sabem da existência do céu. 
Já os pintassilgos são indignos de confiança, sabem voar. 
Basta que a porta da gaiola se abra para que voem.
Mais fundamental que o amor é a liberdade. A liberdade é o alimento do amor. 
O amor é pássaro que não vive em gaiola. Basta engaiolá-lo para que ele morra. 
Ter ciúme é reconhecer a liberdade do amor.
O desejo de liberdade é mais forte que a paixão. 
Pássaro, eu não amaria quem me cortasse as asas. 
Barco, eu não amaria quem me amarrasse no cais.

Refletindo...

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Se eu tivesse tomado um atalho, uma rua estreita qualquer, que tipo de pessoa eu teria me tornado?
Não sei, mas gostaria muito de saber.
Pelo retrovisor vejo todas as pessoas que eu poderia ter sido e não fui.